sexta-feira, 12 de março de 2010

Encontro 07 de novembro 2009

Carolzinha, Iara, Karol, Michelle, Yú

Carolz: leu o texto e fez uma reflexão sobre a importância do trabalho dela na sua vida

Mi: sugere que a gente pense em questões sobre cotidianoIara: pensou que trabalha com cotidiano e não faz nada pra ela mesma

Karol: pergunta se isso tem relação com a pergunta dela “vocês querem ser to pra sempre?” Iara: fica angustiada com o processo de alguns pacientes e pensa por quanto tempo vai conseguir ser to. Tem vontade de fazer outra faculdade: direito ou psicologia. Gosta de ver as pessoas falando com gosto do que fazem. Está fazendo parte de um grupo de estudos sobre terapia cognitivo-comportamental em Franca. Acha confuso separar o que pode/deve fazer parte da prática como questão e o que não.

Carolz: comenta sobre a dificuldade de se comunicar com outros serviços
O grupo conversa sobre a dependência química

Karol: aponta que tem uma parte que é da impotência, que independe da categoria profissional

Iara e Karol: falam sobre pedir algo em troca Iara: fala sobre a dificuldade de ter no mesmo espaço abrigo e creas

Karol: acha difícil saber até onde ir

Yú: aponta que às vezes o caso não evolui e o serviço não sabe mais o que fazer, manter ou não em tratamento Karol: aprendeu com uma psicóloga que TP não é doença mental, mas mudou a forma de compreender como sofrimento

Mi: o CAPS tenta ser criterioso para inserir no serviço e ter projetos compartilhados

Carolz:
conta um caso que não pôde continuar na oficina

Karol: está trabalhando no NASF desde agosto, está gozando de trabalhar menos, perto de casa, com menos tarefas. Achou que seria mais legal. Percebeu que é fácil atender, é mais difícil discutir o caso. Ela compõe uma equipe de 7 categorias, que apóia cinco unidades, onde ela vai quinzenalmente. Está tendo dificuldade com a equipe, principalmente com a psicóloga. Percebeu que não precisa saber e fazer tudo. Se deu conta do quanto estava trabalhando. Está calibrando as relações com os profissionais. As equipes de saúde da família estão achando que têm mais trabalho. Karol está vendo a TO de uma forma mais ampla. Está trabalhando com prevenção. Começando um grupo com os ACS.

Iara: conta da experiência de um grupo de relaxamento com os auxiliares de enfermagem

Carolz:
propõe a produção de um texto sobre cotidiano para apresentar na oficina do coletivo

Iara: Prefeitura de Franca, Secretaria de Ação Social, única TO da secretaria, 20 horas no abrigo e 20 no CREAS. Segunda e quinta no abrigo, quarta e sexta no CREAS, terça nos dois. No abrigo o ritmo é acelerado, tem coisa pra fazer o dia inteiro. Trabalha muito em grupo (discussão, atualidades, mosaico, atendimento individual, orientação, grupo de mulheres, filme, trabalho de rua).
Karol pergunta se o abrigo aceita pessoas alcoolizadas. Tem dois educadores sociais pra trabalho de rua, psicóloga, to, dois assistentes sociais, um administrador. No CREAS o ritmo é bem mais tranqüilo, tem muita visita domiciliar. Quando não tem carro, faz relatos de caso, grupo de mulheres em reabilitação química, grupo de idosos, grupo de família de origem. Não faz nada sozinha, a equipe é muito boa e afinada, é muito legal pra trabalhar.
Mi pergunta o objetivo do CREAS.
Iara explica que o CRAS é similar à atenção primária, o CREAS atende pessoas com situação de risco já instalada (negligência, abuso, extorsão, drogadição, maus tratos, ato infracional). CRAS é baixa complexidade, CREAS é média complexidade e abrigo é alta complexidade. Participa do conselho antidrogas (reuniões quinzenais).

Karol pergunta se ela faz laudo e Iara responde que não. Estão organizando um encontro de população em situação de rua.

Mi: foi discutir um caso num abrigo em Campinas e achou muito pesado.

Karol: na UBS Barra Funda tem uma equipe de saúde da família só pra moradores de rua Iara: comenta a gravidade das situações das pessoas

Carolz: o NOT tem parceria com serviços da prefeitura que atendem pessoas em situação de rua. Yú: Mi digitou
PAUSA PARA O ALMOÇO


Propostas:
conversar sobre a grana com todos, num próximo encontro
marcar data para reiniciar: 30/01/10 10h30
verificar possibilidade de continuar usando a sala (Yú)
conversar sobre a continuidade do grupo (formato...)
preparar algo pra oficina do coletivo – sugestão da carolz: cotidiano e to
Carolz vai mexer no blog (esses dois últimos encontros não serão colocados na íntegra no blog)
Mi vai fazer a chamada para o encontro
vai fazer o arquivamento no site do grupo
Iara vai mandar e-mail com as contas de quem está devendo
Cada um reescrever sua parte para colocar no blog de maneira mais fácil de ser compreendida
Escrever sobre cotidiano pra tentar elaborar um texto em conjunto
Encontro via msn/skype?

Carolz
lê o que escreveu após ler o texto da Marisa Takatori:


"Depois de ler o texto da Marisa Takatori e pensar na sugestão do André de escrever o porque da minha escolha em ser T.O em uma oficina de trabalho
No começo quando o André fez essa pergunta fiquei pensando bastante e acho que de inicio não foi bem uma escolha, foi um trabalho que surgiu em um espaço interessante e que abracei e tive que me esforçar muito pra dar conta, principalmente a parte administrativa da oficina e comercial que não são nada simples e a intensidade da rotina de estar diariamente com os pacientes
Acho que essa pergunta do André foi muito importante pra eu resgatar o significado do meu trabalho, pois acabamos não enxergando no dia a dia a importância de nossas ações e intervenções.
Depois que li o texto da Marisa Takatori, me veio a cabeça muitas histórias de pacientes que já atendi ao longo desses anos como terapeuta ocupacional e principalmente a riqueza de histórias que acontecem no cotidiano da oficina.
Pois posso com todas as letras chamar de cotidiano na oficina, pois ela acontece diariamente e um período grande do dia das pessoas que participam dela, tanto dos oficineiros quanto do terapeuta e monitor.
Percebo que o espaço da oficina é um espaço de muita potência, pois resgata a questão do trabalho para o sujeito que é tão importante nas relações da pessoa tanto financeira, quanto a cultural e relacional de que o trabalho consiste em nossa sociedade.
Para os oficineiros acordar cedo, pegar o ônibus sozinho, chegar em seu local de “trabalho” realizar suas atividades, encontrar com os colegas, ter um espaço de escuta e acolhimento trás muita potência, que reflete no dia a dia com a família, amigos, cuidadores, pois passam de doentes a trabalhadores que agora ajudam em casa ou podem comprar suas coisas, guardar dinheiro para comprar algo que precisam ou gostariam. Esses dias, um dos oficineiros que vêm a meses juntando dinheiro, comprou uma tv para o seu quarto, que ele tanto queria, pois adora filmes e futebol e nem sempre na tv da sala conseguia assistir o que desejava, pois a mãe e as tias gostam de outros programas ( bem básico de família)
Nossa, pensei em tantas histórias cotidianas, pois quando chego na oficina sempre falo um bom dia animado e vou cumprimentando cada um deles chamando pelo nome, perguntando como está, e já percebo se alguém não está bem ou se aconteceu alguma coisa, ou os próprios oficineiros já me dão um toque, que tal pessoa não está muito bem, pra eu conversar com ela, e vemos a evolução diária de cada um deles com relação a atividade, o lidar com o vidro que é um material tão difícil de manusear ,e a criação de produtos maravilhosos com ele, ficam muito animados com a questão de ter ficado bonito e verem exposto quando passam por alguma loja, a peça que fizeram, ou quando vêem no estande da feira que montamos para vender os produtos, ou mesmo na tv, quando aparece em algum cenário uma peça nossa, quando querem presentear alguém que gostam, com uma peça que fizeram.
O espaço da oficina propicia no cotidiano essas questões , e ajuda a promover a autonomia do sujeito, sua expressão, pois estão o tempo todo em relação com o outro, e estimulamos no dia a dia e nas rodas de conversa semanais a discussão sobre as questões da oficina, o que está legal o que não está, sugestões do que melhorar, como, sobre dificuldades dentro do grupo, com relação a atividade, passeios, avaliação do aprendizado e participação na oficina, até dos cuidados com a alimentação com o tratamento, com a higiene, organização do espaço
Vejo meu trabalho como T.O dentro da oficina como uma facilitadora das relações entre as pessoas e a atividade, as responsabilidades e cuidados do dia a dia e do acolhimento diário das questões de cada oficineiro, da intermediação com a família com o tratamento nos outros equipamentos de saúde, é uma rotina muito intensa e rica de novos acontecimentos."








Encontro 12 de setembro de 2009




André, Bárbara, Carolzinha, Helen, Iara, Michelle, Yú



Iniciamos o encontro de hoje conversando sobre o que aconteceu com cada integrante nesses dois meses de intervalo entre os encontros.
MOMENTO BLOG – todos olhamos / nos cadastramos no blog/tiramos dúvidas.
Depois, a Yú leu o e-mail que tinha enviado no dia anterior para o grupo:

"Pessoas
Eu tô aqui me reconectando com o caosação... com alguns produtos do último encontro, com os e-mails, com as conversas que aconteceram no intervalo... eu queria ter escrito antes, em várias situações, mas não deu. agora já vejo algumas coisas de outras formas.
Por exemplo, não me manifestei sobre o cartão da carolz. queria dizer: parabéns!!! fiquei muito contente, desejo bastante sucesso, o cartão ficou lindo!!!
Passamos por um momento importante de repensar a continuidade do grupo, realmente não sabemos se os acordos que fizemos vão nos manter neste caminho que escolhemos.
Algumas das propostas que ficaram para o intervalo não rolaram: aquelas questões que nos fizemos: o que é o grupo para cada um? o que cada um quer estudar? elas vão continuar presentes e necessárias. Mas eu acredito que a nova configuração tem relação com a forma de participarmos, sendo mais ativos.
Já que o intervalo é grande e o grupo acontece no encontro, então devemos usar este tempo de maneira cuidadosa e qualificada. por isso os contornos podem nos ajudar a chegar mais prontos, para mim esta é a conexão. e o tamanho da proposta pode nos ajudar bastante a compartilhar o tema, pois, se cada um vem com um pedaço, corremos o risco de continuar solitários.
Concordo que precisamos experimentar esta forma e nos fortalecermos como grupo antes de convidar mais pessoas para os encontros... acho que temos de levar em conta a sustentabilidade do grupo... até mesmo no aspecto financeiro.
Vamos experimentar neste próximo encontro conversar mais sobre essas coisas (bem melhor ao vivo!), refletir sobre o trabalho que vamos realizar, produzir material para o blog...
Achei bem bonito o blog, ainda não o explorei, mas sinto que pode nos manter próximos!
e assim vamos (nos) aprendendo, constituindo, ofertando, nutrindo.
beijos yú".

Iniciamos ainda no período da manhã, os relatos de cada um sobre seu cotidiano como Terapeuta Ocupacional.

COTIDIANOS

Carolz- Fez um diário de campo de três dias – relato de coisas que fez na oficina como coordenadora (vitral artesanal - iluminação) e no consultório que está começando agora(Campinas).
À partir do relato surgiram perguntas:
André: o que muda quando a coordenadora é TO?
Carolz-Cada oficina é um mundo à parte – tem a cara do coordenador, o modo de lidar com a atividade – ver, perceber, avaliar, conversar com oficineiro
Mi: dependendo da formação do profissional, é preciso orientar de outra forma os coordenadores (pela experiência dela no CAPS)

PÓS-ALMOÇO
Conversamos sobre as finanças do grupo:
André propõe reformulação (usar o dinheiro já acumulado e zerar)
O grupo decide mudar só no próximo ano
Continuam os relatos a respeito do cotidiano de cada um

Mi- Fez um esquema com o cronograma das suas atividades, e a partir dele se deu conta da dimensão do que faz : muita coisa
-ASM Cordeirópolis 20 horas
-CAPS III Integração (Campinas) 30 horas
São dois serviços com características muito distintas – população e processo de trabalho
Perguntas:
André: você se sente duas TOs diferentes? são duas terapias ocupacionais diferentes? porque o setting muda...
Mi: São jeitos de estar diferentes. Gosta da diversidade das ações – do quadradinho ao aberto. Da constante inovação. Negativo: esgotamento físico e mental, perde a qualidade.
Helen: ficou com vontade de escrever sobre COTIDIANO E TERAPIA OCUPACIONAL. Cotidiano como terapeuta ocupacional.

Helen-Todo dia vai aos dois trabalhos
-Santos 30 horas na Coordenadoria de Saúde Mental (dentro do Departamento de Especialidades) – apoio técnico
Vai aonde tem demanda
Apoio para Secretaria e para as instituições
-São Vicente 30 horas no CAPSIII (plantão final de semana)
Único CAPSIII de São Vicente (tem mais dois CAPSII), única TO do serviço
É Referência
Realiza grupo de TO no CAPS III – vem pacientes do ambulatório, do hd, da internação,
Fica em crise quando conversa sobre o que faz como TO – tem vontade de fazer grupos menores, mas não consegue deixar usuários de fora
Ela depois de ouvir os relatos e fazer o seu, ficou com vontade de ler sobre trabalho – como a gente se alimenta / o trabalho como algo que nos constitui. Sugeriu o livrinho do André e o texto do Fernando como referências de leitura

André- Contou como foi seu processo de escrita:
-Fez escritos no blog com a proposta de aproximar cotidiano e TO.
-Comentou que o texto da Marisa Takatori – A TO no processo de reabilitação: a construção do cotidiano-Tem conceitos interessantes e trás narrativas diárias – tem a ver com relato da Carolz
-Perguntou o que a Iara quis dizer com a proposta: uma reapresentação – quem é cada um?
-Motivação e produção de sentido

PROPOSTAS PARA O PRÓXIMO – 07/11/09 às 10h30
-Continuar com o cotidiano - textos Marisa e Fernando
-Yú ficou de mandar o texto do Fernando por e-mail antes do próximo encontro
-Quem já falou escreve alguma coisa – proposta de estudo para o grupo
-Apresentações André, Bá, Yú, Iara, Karol
-Discutir questões para o próximo ano





sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Encontro 18 de julho 09



18/7/09
10h30 às 18h00

Essa reunião do Coletivo foi bem diferente das anteriores, pois redefinimos nosso grupo que antes era chamado de “Coletivo” para grupo “CaosAção, palavra que foi construída pelo grupo em outro encontro e que define bem nossas ações.
Essa mudança aconteceu por uma proposta da Mari que acredita que a idéia de Coletivo se confundiu com este grupo (esta forma de estudar) e que acredita que é tempo do coletivo retomar o lugar de abrigo de várias ações , projetos das pessoas que se envolvem com as ações. Os projetos que já existem dentro dessa proposta de coletivo: curso, GEP São Paulo, GEP Botucatu, Laboratório POA, Coletivo (agora chamado de grupo CaosAção).
A idéia para o Coletivo é montar uma coordenação (Mari, Eliana e Yú até o momento) que organizará uma oficina anual de criação e apreciação de todos os projetos, na qual esses vários grupos/pessoas planejassem as propostas (quem vai tocar/participar).

A Discussão no grupo CaosAção:André, Karol, Carolzinha, Iara, Helen, Mi, Yú, Jú e Mari via Skype.

No período da manhã nos reencontramos depois de três meses, dois casamentos, nascimento da Joana (que virá só a tarde com a Jú), conversamos bastante e depois entramos no Skype com a Mari que fez a nova proposta de Coletivo e combinamos de voltar a conversar com ela no final da tarde.
Foi difícil no inicio pensarmos que não éramos mais o coletivo, ficamos sem identidade no começo,mas decidimos continuar com esse grupo e o batizamos de CaosAção.
Questões que apareceram como dificuldades do grupo:
Falta de sustentação / contorno – tarefas
Falta de clareza de proposta
Falta de compromisso – todo mundo se cutuca e sai meio mal
André: Blog, Ativação, Marquinhos, Flávia
Idéias:
Produzir pro Blog – CaosAção
Contato por e-mail entre os dois meses
Podem ser incluídas outras coisas no blog no intervalo
Fazer coisas mais simples (do nosso tamanho)
A gente espera respostas / direcionamentos da Mari

Combinamos de no período da tarde relermos todos os e-mails que foram mandados nesses últimos dias anteriores ao encontro, e repensarmos na identidade desse grupo, nossa proposta e forma de organização.
No período da tarde chegou a Joana com a Jú, desviou todas as atenções pra ela, nossa nova mascote sorridente e fofa do grupo.














Lemos os e-mails e através das reflexões de todos:

Michelle- Lendo e pensando coisas que já tinha discutido de manhã -O que ficou mais:
Construir novos modos de estar no grupo e o que isso implica
Trazer questões / temas que possibilitem o não adormecimento – pensar bem antes de escolher? não só deixar no blog – estratégias?
Organizar papéis de cada um no grupo – registrar, chamar... redefinir
Karol: rodar as funções – fechar mais no encontro (deixar menos coisas pro intervalo – dificuldade do tempo)
Discussão sobre chamar ou não o grupo pro encontro – precisa ou não?
O que é estar conectado com o grupo?
Iara: tarefa
Ju: acessar a vontade
Karol: diminuir o tamanho da tarefa
Helen: se organizar dentro do que dá pra fazer e assumir isso / o grupo é muito precioso, mas ter tarefa facilita
Yú: a tarefa pode ter tudo a ver com a vontade / o desejo
Karol: quer entender duas falas
- Carolz ficou assustada com o skype – Carolz achou bombástico o e-mail da Mari: como se o Coletivo tivesse dissolvido
- Helen se sente frágil – Helen sente o grupo frágil
-Mari - o grupo existe independente dela?
Carolz: às vezes não acompanhava as discussões
Iara: tirar o nome Coletivo desbancou mas trouxe mais liberdade, a gente não sobreviveria daquela forma
Ju: abrir o grupo para o Coletivo a cada encontro? muito fechado é um problema pra ela
Discussão sobre estudar somente um texto por vez ou cada um trazer sua proposta
Karol: a proposta é estudar TO
A maioria quer experimentar este novo formato e fortalecer neste ano – temos mais dois encontros
Mari à distância – rompeu com o “Coletivo” CaosAção
Mi: gosta de poder ser mistura – poder trocar a prática de outras formas – o dia inteiro – coisa financeira

Valer a pena e não ficar apenas no encontro.
Liberdade X Compromisso
Não quer só cumprir tarefa e investimento de cada um (falas do André que grifou)
Papel central da Mari
Meio tempo – o que fazer nos intervalos dos encontros , o que cd um pode fazer
Gosta da idéia de se encontrar antes do almoço para os “encontros”
Para Yu, grupo tem uma função para pensar no trabalho e pausa para respirar
Será que o CaosAção vai precisar de uma coordenação ???
O Blog pode ser o corpo do CaosAção para ficar mais concreto.
Alimentar quando e como, algumas formas além do final dos encontros
Qual vai ser a proposta em relação a incluir novas pessoas no grupo.
Chamar pessoas de fora, qual será a proposta de pagamento e como vamos nos organizar
Gerenciar recursos coletivos. Como vai ser? Como que cada projeto vai se relacionar com o coletivo
Suscitou vontade de participar da coordenação do coletivo
Esse grupo vai ter uma coordenação ou tarefas? Isso deverá ser decidi, qual o papel de cada e em que tempo.
Carol acha que deverá ser tarefa.

Carolz-Definição: CaosAção = grupo-ação, grupo de estudos de estudos sobre terapia ocupacional e produção de vida e temas transversais à nossa prática. Este grupo faz parte de um coletivo de ações. Pensamos no blog como uma ferramenta à distância afetiva, no qual registraremos a produção de nossos encontros e manteremos a comunicação apesar das distâncias e dos espaços grandes entre nossos encontros.

André- Quatro ingredientes básicos:
Grupo existe no encontro
Grupo sustentável
Exige disposição interna
Assumir responsabilidade compartilhada
É uma aprendizagem – não “temos” maternagem
André relata as discussões e definições:
Tempo apertado
Estudar coisas mais fechadas e simples (mais discussão e menos apresentação)
Tempo para refletir ainda no encontro (isso acontecia depois e minguava)
Ter no final dos encontros tempo de reflexão e produção para postar no blog – blog como ferramenta para manter as pessoas afetivamente próximas
Mari (skype)-O nome CaosAção procede
Não poderá participar neste formato via skype
Até hoje ela vai pagar/participar
Quer participar da discussão sobre o uso do dinheiro – e qual a relação do CaosAção com o Coletivo
Espaço – sala
Todo mundo ganha liberdade
André: O Coletivo é um futuro – não vê todo mundo trabalhando no mesmo
nível
Yú: discorda
Mari pergunta se alguém chegou a pensar em compor a coordenação do
Coletivo – Yú
Este futuro depende deste grupo...
Mari: pensar na data da oficina (fica para o próximo encontro)

Propostas imediatas:
Karol – o que é o grupo para cada um? (e-mail → blog)
André – o que cada um quer estudar? (e-mail → blog)
Yú-E-group: caosacao

Proposta para o próximo encontro:

Conversarmos sobre o cotidiano de cada um, o que cada um está fazendo como Terapeuta Ocupacional.
Essa proposta saiu a partir da fala da Iara de querer saber como está a vida de cada um, o cotidiano como terapeuta ocupacional.
Brincamos que será o tema da próxima redação: Meu cotidiano como TO...






Propostas para próximo encontro
Apresentar e discutir o cotidiano de cada um como terapeuta ocupacional
Fortalecer o grupo (o que é o grupo para cada um?)
Programar o estudo (o que cada um quer estudar?)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

3.

3.


Antes de prosseguirmos na narrativa da caminhada ao trabalho, realizada por mim naquela terça-feira do passado... e que sendo passado encontra na memória uma ocupação existente, ou ainda, uma área da topologia dessa subjetividade singular, capaz de ativar a subjetividade temporalmente... recordo. Que se recordar não implica imaginar e compor sentido do que se é, não sei o que pode ser!?! Enfim, disse que ia estruturar essa narrativa tentando dialogar com textos encontrados que tratassem da questão do COTIDIANO de alguma forma/modo.

Ao me aproximar de tais construções de outras pessoas, percebo que meu modo de narrar vai também se transformando, assim como o escrito alheio. Vai se fabricando, maquinando e inventando, vai se construindo e re(dês)construindo através dessa operação aqui, dessa narrativa/narração com narração. Não sei aqui dizer de outro jeito, talvez seja apenas meu modo de organizar essa experiência. Talvez faça assim para impor alguma significação a essa ação de estudo/escrita.

Como bem aprendi um dia, num curso de educação permanente, a aprendizagem significativa só acontece quando o aprender de uma novidade faz sentido para nós. E aqui podemos estender o termo para ação significativa visto que aprendizagem é um meio de se efetuar ações. Faz muito tempo, há gente sabendo e dizendo que pedagogia e terapêutica são áreas afins. E o must do momento leva até o nome de Educação Inclusiva, coisa que na universidade pouco se faz e muito se diz... enfim, deixa eu ficar na minha!!!

Eu ia começar o diálogo através do capítulo 1 do livro da Berenice Rosa Francisco: TERAPIA OCUPACIONAL, da editora Papirus, que foi o 1º. Livro de T.O que eu tive acesso na minha formação (e que só consegui comprar uma 2ª. Edição em 2001). E antes dela responder a “célebre pergunta: o que é terapia ocupacional?” (pg.15). Ela faz um levantamento de outras questões numa tentativa de esclarecer , preste bem atenção:” certos mal-entendidos que o COTIDIANO e o SENSO COMUM nos lançam.”

Você entendeu o que ela fez? Ela alertou, que eu achei uma atitude consciente demais para qualquer estudante ou profissional de T.O, daqui ou de qualquer lugar que seja. Você vai enfrentar isso pela sua vida profissional. O senso comum tem obrigação de saber o que é terapia ocupacional? Você sabe o que é cibernética? Ou ainda, o que é filologia? Quem não tem contato com isso no dia-a-dia, tem uma idéia de leve do que possa ser, ou não.

O meu trabalho no cotidiano, envolvido com pessoas do senso-comum, me mostra que elas chegam sem saber o que é terapia ocupacional. Sabe o que eu faço com isso? Eu valorizo o ineditismo! É algo inédito para muitas das pessoas que eu cuido. Se eu explico para elas?

Eu já te disse que aprendi num curso de educação permanente, que o aprender de uma novidade só acontece quando essa faz sentido para nós.E geralmente isso ocorre quando a novidade responde a uma pergunta/questão nossa, e/ou quando o conhecimento novo é construído a partir de um diálogo com o que já sabíamos antes, ou seja, é necessário haver atenção e renovação.

Mas então, vou deixar o livro da Berenice para depois. Porque tem muita coisa atual lá, e merece mais tempo de leitura para eu fazer um diálogo mais bacana!

Hoje eu vou fazer um diálogo com o texto: A TERAPIA OCUPACIONAL NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO: CONSTRUÇÃO DO COTIDIANO, de Marisa Takatori. Ele está disponível no site da CASA DA TO.

Sobre a forma de uma resenha apresento tal texto. O lerei de modo a fazer da diferença um valor no sentido de que eu lendo a escrita dela e escrevendo sobre a mesma possa efetivar uma compreensão .

Ao ler, compreendi que o indivíduo, torna-se parte da diferença no contexto da sociedade através de seu fazer singular no dia-a-dia. A relação do fazer do indivíduo e seu cotidiano está instalada em uma metafórica linha de desenvolvimento contínua, que ao se quebrar ou romper produz dificuldades de construção do próprio cotidiano, ou ainda, uma ruptura do reconhecimento entre o indivíduo e o contexto social. Esse rompimento dificulta a Inserção social do mesmo.

A inserção é resultada do poder-fazer singular, cuja forma carrega particularidades do ser em questão. As ações que compõem esse poder-fazer, quando instaladas num plano de realidade compartilhada (interna e externamente), carregam aspectos da pessoa (modos, jeitos, gestos, etc) confluindo para transformações operadas internamente no/pelo sujeito a partir da exterioridade dessa realidade, e vice-versa.

O dia-a-dia é composto por um fluxo contínuo de atividades que fomentam a construção/estruturação do COTIDIANO, através do tempo, do espaço e dos modos de ação do sujeito.

O termo/conceito inserção social é apontado enquanto uma das forças constituintes dos processos de reabilitação assistidos pela terapia ocupacional enquanto saber/área de conhecimento, e ainda visto que sobre ele as dificuldades determinantes dos momentos da vida do sujeito aparecem.

A autora, ao citar Benetton (1999), refere que a exclusão social resulta de uma diferença, tanto pela falta quanto pelas suas repercussões. Esse é um conceito delimitador da população atendida pela terapia ocupacional. O público alvo, formada pelos excluídos, sociologicamente definidos assim, são pessoas com déficit de ordem: social, física ou psíquica.

Ainda segundo Benetton, o sujeito alvo da assistência em T.O é o indivíduo necessitado que vive em certa exclusão social, ou melhor, encontra-se no estado de excluído da parte com significação social das atividades.

Interessante notar que a autora utiliza o termo ATIVIDADE SOCIAL enquanto um lugar no qual as significações das ações acontecem. As atividades, presentes no cotidiano, ganham contorno através do discurso conceitual da INCLUSÃO/(INSERÇÃO)/EXCLUSÃO, como se só houvessem esses dois lados do contexto na sociedade.

Como é possível, em pleno século XXI, “IN/OUT” ou “DENTRO E FORA” serem as partes de um todo maior, uma totalidade inexistente dos contextos que compõem as relações em sociedade? Mesmo os ditos “excluídos” fazem parte de um processo que está sempre em estruturação e desestruturação. Mas ainda, repetindo a pergunta de modo que a diferença apareça: Mesmo os ditos “excluídos” fazem parte, mas como? Através de uma maneira/modo que gera e carrega sofrimento pelo não pertencer... estamos no território das potências do PATHOS, quando o mesmo não encontra forças para divisão/circulação com/na rede relacional evidencia parte dessa ruptura. Esse processo de estruturação e desestruturação é histórico, ou seja, é composto dos tempos, dos espaços e dos modos de ação dos sujeitos. São assim, aspectos ligados ao COTIDIANO, histórias de um tempo singular.

Pelo tempo de hoje, é só isso.

Abraço

andré

sábado, 22 de agosto de 2009

2.

Inicio então essa pesquisa sobre o tema COTIDIANO. Ela se dá através do registro de algumas ações e situações de/na vida, no meu dia a dia, assim como pela leitura de textos encontrados na área da Terapia Ocupacional e de outras ciências com as quais possa haver algum diálogo. Para tanto, redijo algumas linhas no que chamo de COTIDIÁRIO, assim como realizo um breve levantamento de referências bibliográficas.
Mais uma vez abro o leque de possibilidades de construção de um campo articulado de estudos, ou melhor dizendo, me posiciono no campo INSTALADO nos ESTUDOS CULTURAIS.
De que forma posso construir algo a ser mostrado? O que será que já existe? O que trarei de novo disso em mim para o mundo? Como posso articular diferentes pontos de vista sobre a situação? Essas são algumas das angústias da criação do estudante-pesquisador-escritor.
Preciso antes tomar essa questão para mim, adentrá-la, trazê-la ao presente vivido, nas ações que executo, nas relações com as pessoas, em todo um juízo- um plano de consciência compartilhado por uma classe de trabalhadores suas histórias e construções, e ainda, nas minhas próprias histórias e memórias que tenho dos tempos passados onde haviam discussões sobre tal tema numa estratégia de constituição educativa.
Pois bem, como já mencionei em 1., acionarei três dimensões intrínsecas ao adjetivo que qualifica a terapia que exerço. OCUPACIONAL lida com TEMPO, ESPAÇO E MODOS DE AÇÃO. O COTIDIANO é algo que não encontra-se em apenas uma dessas dimensões, mas em todas elas, poderíamos dizer que ele é uma quarta dimensão que a essas outras se refere. Inscrito enquanto estrutura organizadora dos discursos de ação no tempo, no espaço e nos modos do fazer.
Antes que o despertador programado soe as 7:20, acordo. Saio da cama num de repente, caminhando vou ao banheiro e faço minhas necessidades fisiológicas, lavo o rosto, enxaguo a boca. Desço a escada indo até a cozinha. Em cima da geladeira há pó de café. Encho a cafeteira com água e pó, numa medida mais ou menos inexata,ligo a máquina e subo até o banheiro. O dia está chuvoso, é esse o clima do tempo de hoje. A vontade de voltar para cama é grande. Quem sabe uma pequena soneca? Não, se voltar me atraso para o trabalho.
Tomo banho, coloco roupas limpas e lavadas durante o sábado do final de semana que antecede a terça de hoje. Pego minhas tralhas, telefone, livro caneta, objetos que se instalam em meu cotidiano e através dos quais exerço meus modos de ação.
Tomo café puro pra despertar de vez, corto um pão francês ao meio. Preciso comprar outro pote de requeijão, porque esse aqui acabou. Tranco as portas de casa ao sair, e caminhando por 30 minutos vou até a clínica onde exerço o papel social de trabalhador técnico em terapia ocupacional.
São 30 minutos de caminhada, espaço esse que percorro até o trabalho. Caso algo de errado aconteça, um acidente- que Deus me livre!- eu, sujeito cidadão de direito desse Estado Moderno, tenho assegurado assistência, através de normas dos direitos sociais registrados sobre as consolidações das leis do trabalho.
Mas o que narro aqui, visto que as narrativas são o modo primordial pelas quais as ações são transformadas e transfiguradas em discurso, dá conta desse momento instalado na ação do caminhar.
Após uns 20 minutos transcorridos, subi e desci ruas, atravessei na faixa de pedestres duas avenidas de grande movimento, me aproximo do bairro onde se localiza a unidade de saúde mental na qual trabalho. Antes mesmo de chegar até lá, cumprimento alguns usuários que ali, naquela situação, apresentavam-se enquanto cidadãos em seus afazeres cotidianos na vida da cidade. Hoje te apresento a primeira situação vivida.
R1, tocava a campainha de uma casa. Segurava seu filho pela mão, como quem aguardasse na porta o tempo da vinda de um outro alguém conhecido para quem seria entregue aos cuidados a criança. Um Oi-Bom dia, e um tudo bem trocados compõem um ação comunicativa presente na atividade da vida diária humana, ao mesmo tempo que podem significar um reconhecimento do outro enquanto ser vivente, enquanto agente, enquanto fazendo parte de uma rede relacional, alguém que se mostra numa ação interativa comunicacional, emissor e receptor de um sinal, alguém que tem no mecanismo da memória de longo prazo preservadas as partes declarativas e procedimental , alguém que sabe ver, sabe falar, expressa-se através de um aceno de gestualidade, que reconhece, que está atento, que demonstra seus desempenhos da funcionalidade cognitiva através da ação de cumprimentar. Usa o instrumento das mãos e da boca, sua corporeidade para estabelecer contato no contexto. Efetua parte de sua faberdiversidade., ou ainda, no fenômeno da atividade: cumprimentar estabelece algo com o devir.
E maquinoativando tal atividade, ou seja, estabelecendo esse modo de analisá-la, podemos averiguar o que estava acontecendo ali. Se elevo a atividade, o fenômeno da atividade às potências presentes da maquinoativação, terei não apenas um objeto concreto com o qual posso estabelecer minha visão como terapeuta ocupacional, mas outros 4 objetos com os quais posso compor um articulado complexo e plural.
Elevando à potência da PHORMA, faço a linguagem gestual e a linguagem verbal serem exercidas enquanto modos de ação do sujeito. Elas dão contorno a situação relacional, elencam as formas como essas aparecem, umas palavras e sinais, um gesto de aceno, um menear de cabeça, um sorriso cordial,uma interlocução... o objeto aparente via OBJETO-FORMA, aqui apresentado, beira o abstrato, mas existe, na forma do som e do gesto.
Elevando à potência da POIESIS, faço a criação de compreensão entre dois seres diferentes, tenho a confecção de troca de informes dentro de uma etiqueta social estabelecida pelo código sócio-cultural... o objeto aparente via OBJETO-QUASE, aqui apresentado, beira o reconhecimento da alteridade, também uma curiosidade e a vontade de saber e desejar que tudo de bem ali possa estar a acontecer.
Elevando à potência do PATHOS, faço a passagem da condição de assujeitamento do outro na relação para afirmação da diferença... o objeto aparente via SUBJETIL, aqui apresentado, dá através do cuidado-de-si.
Elevado à potência das PRÁXIS, faço a ação de verbalizar, dizer, ver, cumprimentar, ouvir, dialogar, comunicar, perceber, reconhecer, aproximar, distanciar, interagir, contactar... o objeto aparente via OBJETO-AÇÃO, aqui apresentado, converge-se através de todas as verbalidades empregadas no tempo e no espaço situacional.
Isso tudo, só pode acontecer no meu cotidiano e no de R. porque havia uma relação, ou seja, esse acontecimento só pode aparecer porque havia uma rede relacional com/na qual nós pudessemos agir. Isso aconteceu porque tal atividade pode ser dividida através da rede de relações estabelecidas, ou seja, porque havia ali uma malha que abarcava, integrava e conectava os agenciamentos de ambos sujeitos de ação.
Me despedi e continuei a caminhada, que te conto em outro dia.
Saudações
andré

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SENTI FALTA......da Iara com a chave na mão
é um momento ontológico!!!!
de: projeto contornos
e dos relatos de 18 - 7 - 09 composto com imagemações afinal !!!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

1.

É para não sentir tão forte o peso que é estar sozinho, e para poder compartilhar, para dizer de si /ouvir a si e a outras pessoas, para dialogar, para se aproximar/se identificar e também se diferenciar, para olhar/perceber e refletir em conjunto, para mostrar que os compostos são construções realizadas num contínuo ritmo diário. São essas, algumas das motivações que fazem com que essa escrita/estudo atualmente apresentem-se objetivadas na produção de sentidos nesse blog. Em especial, está dessa forma (meio bagunçada e caótica) apresentada aos visitantes, para que possam juntamente acompanhar o processo como o mesmo é feito instantes antes de vir ao ar nessa plataforma.

No momento em que defino os motivos que me levam a propor a construção desse pensamento/idéia, percebo que há uma RE-FLEXÃO sendo exercida e ativada. Uma “clínica da clínica” feita em autonomia,AUTONOMAMENTE. Nesse sentido, estabelecer alguns parâmetros que possam vir a contornam esse feitio. Consigo, ao mesmo tempo que tento associar coisas e assuntos distintos, formatar uma espécie de inaugural binômio fantástico compositivo: MOTIVAÇÃO X PRODUÇÃO DE SENTIDO/VIDA.

Percebo que isso já é, em si, parte da elaboração do meu processo/produção. Cabendo as outras instâncias que o compõe ( circulação e recepção) significar através do contato pela leitura o que o agente não mais inteiramente pode fazer. Esse produto derivado com o qual os visitantes entram em contato não deixa de ser em parte o agente, mas sim é um outro corpo desse, um resquício da ação, um objeto externo plasmado na forma de letras e imagens.

Antes que eu adentre o tema futuro, que veio derivado do pensamento/idéia sobre motivação-produção de vida/sentido, penso ser necessário que se configurem outras modalidades que possam afirmar o caráter RE-FLEXIVO, ou melhor, o caráter CLÍNICO possível dessa escrita.

A quem não saiba, a palavra clínica significa debruçar-se sobre, inclinar-se. E sobre esse texto em formação parte desse cuidado está sendo feito, está se desdobrando no exato instante em que a escolha dos léxicos é estabelecida enquanto instrumentalidade com-figurativa. Pensar tal produção, no primeiro instante maquino-ativa várias palavras. Essas fazem com que o pensamento/idéia derive em outras vertentes, antes da chegada no plano da inscrição temática. Vejamos.

MOTIVAÇÃO ___________ PRODUÇÃO.

No espaço sub-linhado, um jogo articulativo se dá. No “entre” coisas, interstício dessa hibridação possível, vários foram os nomes categorizáveis utilizados e instalados para sua proposição amplificante : artigos- substantivos-verbos-advérbios-pré/posições foram usados enquanto elementos catalizadores de junções. Te ilustro a ocupação do feito PRÓ-POSITIVO ao mostrar parte do mesmo, ao deixar aparente as combinações utilizadas para dar forma: MOTIVAÇÃO COMO PRODUÇÃO, MOTIVAÇÃO DA PRODUÇÃO, MOTIVAÇÃO A PRODUÇÃO, MOTIVAÇÃO NA PRODUÇÃO, MOTIVAÇÃO É PRODUÇÃO, MOTIVAÇÃO SEM PRODUÇÃO, MOTIVAÇÃO ELENCA PRODUÇÃO, MOTIVAÇÃO OCUPA PRODUÇÃO, MOTIVAÇÃO PARÊNTESES PRODUÇÃO, MOTIVAÇÃO MÚLTIPLA PRODUÇÃO. Eteceteras...

Nisso feito, um “POR QUE?” surge desse exercício "derivativo". Como se uma finalidade explicativa tivesse sendo exigida, como se houvesse uma causa para tanto. E ao poder desdobrar a questão da CAUSALIDADE (o POR-QUE dessa situação) em outras esferas dessa composição inicial, vislumbro meios alternativos de entendimento do que está acontecendo no interior desse fazer. E assim , damos a ela ( a situação de causalidade) outras vertentes que impliquem o tempo, o lugar e os modos que expandem o denominador MOTIVAÇÃO enquanto uma OPÇÃO de abertura em questões da PRODUÇÃO DE SENTIDO/VIDA.

Quando o POR-QUE surgiu, perguntei-me logo em seguida, que e quais motivos haviam em querer me OCUPAR com tal ação (escrever/estudar) nesse blog? Quando surge (tempo)? Como surge (modo)? De onde surge (lugar)?

Ao provocar esse movimento questionador, espécie de auto-diálogo, percebi que havia nessa OCUPAÇÃO uma necessidade de PRODUZIR SENTIDOS DE PERTENCIMENTO, AFIRMAÇÃO E EXPRESSÃO DE MINHA ATIVIDADE, DA ATIVIDADE DESSE SUJEITO AQUI, DA MINHA ATIVIDADE PELA ESCRITA. Como terapeuta ocupacional, comecei então a elaborar uma espécie de ANÁLISE DESSA ATIVIDADE, que agora trago aos leitores dessa plataforma informática.

Os motivos inaugurais que/quais me levaram a essa escrita atual, foram postos no início do texto alinhados a preposição PARA, que pode criar indicações/sentidos de: consequência/fim/referência/tempo/lugar/proporção... quando não, também , de funcionalidades. E o que deixo aqui escrito não é PARA me justificar, tornar-me justo no/ao fazer, mas justamente para abrir a forma engessada que muitas vezes nem nos damos conta de estarmos somente ajudando a perpetuar sem questionar. Aprendi que assim como as palavras podem unir posições/modos de agir na vida, elas também podem destruir realidades engessadas em vigências. E talvez seja essa a consciência que falte a muitos de nós em nossos dia-a-dia.

Quando pensar sobre isso surge? Que tempos atravessam essa OCUPAÇÃO? O presente tem me feito pensar sobre o tema do COTIDIANO. É sobre esse que futuramente esses compostos aqui se desdobrarão. A medida que for estudando sobre ele, estabelecendo contatos com meus modos de pensá-lo e dialogá-lo com outros que o queiram pensar, que trarei algumas formas novas de como o mesmo vai se formatando e formando enquanto idéia/pensamento e composições.

Mas tal assunto/tema fez com que eu me recordasse do passado, da porta de entrada para minha formação em terapia ocupacional. Lembro-me que naquela época da universidade, o tema agora já introduzido aqui, nunca antes houvera sido pensado por mim. Foi através dele que alguns conhecimentos da profissão foram se inaugurando em mim. As ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA e as ATIVIDADES DA VIDA PRÁTICA foram ganhando construções em meus modos de lidar com territórios existenciais da vida humana. E assim parte de minha formação enquanto agente facilitador na vida dos sujeitos aos quais presto cuidados constituía-se.

Hoje, o COTIDIANO é um forte conceito sobre o qual realizo e estruturo minha prática diária. Ele é também um assunto de interesse em comum por parte de um grupo de estudos ( CAOSAÇÃO) ao qual pertenço, e nesse temos vontade/motivação de pesquisá-lo, até como possibilidade de sobrevivência e experimentação de diálogos e produções futuras.

É ele também o lema do XI Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional, CBTO 2009, que ocorrerá entre 12 e 16 de outubro de 2009 em Fortaleza-CE, que traz nesse chamamento- O COTIDIANO : DA SIGNIFICAÇÃO À AÇÃO, seu interesse primordial.

Quando fui escrevendo tais linhas anteriores referentes ao quando-tempo, fui percebendo que havia nelas algo do modo-como e do lugar-onde o tema surgiu. Nisso fiquei a me perguntar que talvez essas três instâncias (TEMPO/MODO/LUGAR), timidamente postas em perguntas simples derivadas do porque inicial, já atravessavam parte da forma sobre a qual a questão do cotidiano é estruturada nas inter-relações humanas e nas visões de mundo-homem da Terapia Ocupacional.

Aventurar-me nessa ESCOLHA/OPÇÃO DE ESCREVER/ESTUDAR (desse jeito aberto) faz com que durante o meu próprio fazer haja uma pequena suspensão de atos e ações efetuadas no dia-a-dia. Tais suspensões acontecem através do trabalho criativo da escrita, assim como suas significações, reflexões, reintegrações sentidas quando estabeleço um retorno as experiências pessoais na prática do dia-a-dia, ou melhor, na própria esfera do tema: O COTIDIANO.

Penso que ao assim fazer, motivado por tal produção de sentido/vida, esteja abrindo espaços de aproximações com quem também queira dialogar sobre tal assunto.

Desde já alerto, o texto aqui exposto não é limpo, pode conter erros, é um rascunho esboçado durante instantes presentes nas horas diárias. Por hoje é isso,

Saudações

andré