sexta-feira, 12 de março de 2010

Encontro 07 de novembro 2009

Carolzinha, Iara, Karol, Michelle, Yú

Carolz: leu o texto e fez uma reflexão sobre a importância do trabalho dela na sua vida

Mi: sugere que a gente pense em questões sobre cotidianoIara: pensou que trabalha com cotidiano e não faz nada pra ela mesma

Karol: pergunta se isso tem relação com a pergunta dela “vocês querem ser to pra sempre?” Iara: fica angustiada com o processo de alguns pacientes e pensa por quanto tempo vai conseguir ser to. Tem vontade de fazer outra faculdade: direito ou psicologia. Gosta de ver as pessoas falando com gosto do que fazem. Está fazendo parte de um grupo de estudos sobre terapia cognitivo-comportamental em Franca. Acha confuso separar o que pode/deve fazer parte da prática como questão e o que não.

Carolz: comenta sobre a dificuldade de se comunicar com outros serviços
O grupo conversa sobre a dependência química

Karol: aponta que tem uma parte que é da impotência, que independe da categoria profissional

Iara e Karol: falam sobre pedir algo em troca Iara: fala sobre a dificuldade de ter no mesmo espaço abrigo e creas

Karol: acha difícil saber até onde ir

Yú: aponta que às vezes o caso não evolui e o serviço não sabe mais o que fazer, manter ou não em tratamento Karol: aprendeu com uma psicóloga que TP não é doença mental, mas mudou a forma de compreender como sofrimento

Mi: o CAPS tenta ser criterioso para inserir no serviço e ter projetos compartilhados

Carolz:
conta um caso que não pôde continuar na oficina

Karol: está trabalhando no NASF desde agosto, está gozando de trabalhar menos, perto de casa, com menos tarefas. Achou que seria mais legal. Percebeu que é fácil atender, é mais difícil discutir o caso. Ela compõe uma equipe de 7 categorias, que apóia cinco unidades, onde ela vai quinzenalmente. Está tendo dificuldade com a equipe, principalmente com a psicóloga. Percebeu que não precisa saber e fazer tudo. Se deu conta do quanto estava trabalhando. Está calibrando as relações com os profissionais. As equipes de saúde da família estão achando que têm mais trabalho. Karol está vendo a TO de uma forma mais ampla. Está trabalhando com prevenção. Começando um grupo com os ACS.

Iara: conta da experiência de um grupo de relaxamento com os auxiliares de enfermagem

Carolz:
propõe a produção de um texto sobre cotidiano para apresentar na oficina do coletivo

Iara: Prefeitura de Franca, Secretaria de Ação Social, única TO da secretaria, 20 horas no abrigo e 20 no CREAS. Segunda e quinta no abrigo, quarta e sexta no CREAS, terça nos dois. No abrigo o ritmo é acelerado, tem coisa pra fazer o dia inteiro. Trabalha muito em grupo (discussão, atualidades, mosaico, atendimento individual, orientação, grupo de mulheres, filme, trabalho de rua).
Karol pergunta se o abrigo aceita pessoas alcoolizadas. Tem dois educadores sociais pra trabalho de rua, psicóloga, to, dois assistentes sociais, um administrador. No CREAS o ritmo é bem mais tranqüilo, tem muita visita domiciliar. Quando não tem carro, faz relatos de caso, grupo de mulheres em reabilitação química, grupo de idosos, grupo de família de origem. Não faz nada sozinha, a equipe é muito boa e afinada, é muito legal pra trabalhar.
Mi pergunta o objetivo do CREAS.
Iara explica que o CRAS é similar à atenção primária, o CREAS atende pessoas com situação de risco já instalada (negligência, abuso, extorsão, drogadição, maus tratos, ato infracional). CRAS é baixa complexidade, CREAS é média complexidade e abrigo é alta complexidade. Participa do conselho antidrogas (reuniões quinzenais).

Karol pergunta se ela faz laudo e Iara responde que não. Estão organizando um encontro de população em situação de rua.

Mi: foi discutir um caso num abrigo em Campinas e achou muito pesado.

Karol: na UBS Barra Funda tem uma equipe de saúde da família só pra moradores de rua Iara: comenta a gravidade das situações das pessoas

Carolz: o NOT tem parceria com serviços da prefeitura que atendem pessoas em situação de rua. Yú: Mi digitou
PAUSA PARA O ALMOÇO


Propostas:
conversar sobre a grana com todos, num próximo encontro
marcar data para reiniciar: 30/01/10 10h30
verificar possibilidade de continuar usando a sala (Yú)
conversar sobre a continuidade do grupo (formato...)
preparar algo pra oficina do coletivo – sugestão da carolz: cotidiano e to
Carolz vai mexer no blog (esses dois últimos encontros não serão colocados na íntegra no blog)
Mi vai fazer a chamada para o encontro
vai fazer o arquivamento no site do grupo
Iara vai mandar e-mail com as contas de quem está devendo
Cada um reescrever sua parte para colocar no blog de maneira mais fácil de ser compreendida
Escrever sobre cotidiano pra tentar elaborar um texto em conjunto
Encontro via msn/skype?

Carolz
lê o que escreveu após ler o texto da Marisa Takatori:


"Depois de ler o texto da Marisa Takatori e pensar na sugestão do André de escrever o porque da minha escolha em ser T.O em uma oficina de trabalho
No começo quando o André fez essa pergunta fiquei pensando bastante e acho que de inicio não foi bem uma escolha, foi um trabalho que surgiu em um espaço interessante e que abracei e tive que me esforçar muito pra dar conta, principalmente a parte administrativa da oficina e comercial que não são nada simples e a intensidade da rotina de estar diariamente com os pacientes
Acho que essa pergunta do André foi muito importante pra eu resgatar o significado do meu trabalho, pois acabamos não enxergando no dia a dia a importância de nossas ações e intervenções.
Depois que li o texto da Marisa Takatori, me veio a cabeça muitas histórias de pacientes que já atendi ao longo desses anos como terapeuta ocupacional e principalmente a riqueza de histórias que acontecem no cotidiano da oficina.
Pois posso com todas as letras chamar de cotidiano na oficina, pois ela acontece diariamente e um período grande do dia das pessoas que participam dela, tanto dos oficineiros quanto do terapeuta e monitor.
Percebo que o espaço da oficina é um espaço de muita potência, pois resgata a questão do trabalho para o sujeito que é tão importante nas relações da pessoa tanto financeira, quanto a cultural e relacional de que o trabalho consiste em nossa sociedade.
Para os oficineiros acordar cedo, pegar o ônibus sozinho, chegar em seu local de “trabalho” realizar suas atividades, encontrar com os colegas, ter um espaço de escuta e acolhimento trás muita potência, que reflete no dia a dia com a família, amigos, cuidadores, pois passam de doentes a trabalhadores que agora ajudam em casa ou podem comprar suas coisas, guardar dinheiro para comprar algo que precisam ou gostariam. Esses dias, um dos oficineiros que vêm a meses juntando dinheiro, comprou uma tv para o seu quarto, que ele tanto queria, pois adora filmes e futebol e nem sempre na tv da sala conseguia assistir o que desejava, pois a mãe e as tias gostam de outros programas ( bem básico de família)
Nossa, pensei em tantas histórias cotidianas, pois quando chego na oficina sempre falo um bom dia animado e vou cumprimentando cada um deles chamando pelo nome, perguntando como está, e já percebo se alguém não está bem ou se aconteceu alguma coisa, ou os próprios oficineiros já me dão um toque, que tal pessoa não está muito bem, pra eu conversar com ela, e vemos a evolução diária de cada um deles com relação a atividade, o lidar com o vidro que é um material tão difícil de manusear ,e a criação de produtos maravilhosos com ele, ficam muito animados com a questão de ter ficado bonito e verem exposto quando passam por alguma loja, a peça que fizeram, ou quando vêem no estande da feira que montamos para vender os produtos, ou mesmo na tv, quando aparece em algum cenário uma peça nossa, quando querem presentear alguém que gostam, com uma peça que fizeram.
O espaço da oficina propicia no cotidiano essas questões , e ajuda a promover a autonomia do sujeito, sua expressão, pois estão o tempo todo em relação com o outro, e estimulamos no dia a dia e nas rodas de conversa semanais a discussão sobre as questões da oficina, o que está legal o que não está, sugestões do que melhorar, como, sobre dificuldades dentro do grupo, com relação a atividade, passeios, avaliação do aprendizado e participação na oficina, até dos cuidados com a alimentação com o tratamento, com a higiene, organização do espaço
Vejo meu trabalho como T.O dentro da oficina como uma facilitadora das relações entre as pessoas e a atividade, as responsabilidades e cuidados do dia a dia e do acolhimento diário das questões de cada oficineiro, da intermediação com a família com o tratamento nos outros equipamentos de saúde, é uma rotina muito intensa e rica de novos acontecimentos."








Encontro 12 de setembro de 2009




André, Bárbara, Carolzinha, Helen, Iara, Michelle, Yú



Iniciamos o encontro de hoje conversando sobre o que aconteceu com cada integrante nesses dois meses de intervalo entre os encontros.
MOMENTO BLOG – todos olhamos / nos cadastramos no blog/tiramos dúvidas.
Depois, a Yú leu o e-mail que tinha enviado no dia anterior para o grupo:

"Pessoas
Eu tô aqui me reconectando com o caosação... com alguns produtos do último encontro, com os e-mails, com as conversas que aconteceram no intervalo... eu queria ter escrito antes, em várias situações, mas não deu. agora já vejo algumas coisas de outras formas.
Por exemplo, não me manifestei sobre o cartão da carolz. queria dizer: parabéns!!! fiquei muito contente, desejo bastante sucesso, o cartão ficou lindo!!!
Passamos por um momento importante de repensar a continuidade do grupo, realmente não sabemos se os acordos que fizemos vão nos manter neste caminho que escolhemos.
Algumas das propostas que ficaram para o intervalo não rolaram: aquelas questões que nos fizemos: o que é o grupo para cada um? o que cada um quer estudar? elas vão continuar presentes e necessárias. Mas eu acredito que a nova configuração tem relação com a forma de participarmos, sendo mais ativos.
Já que o intervalo é grande e o grupo acontece no encontro, então devemos usar este tempo de maneira cuidadosa e qualificada. por isso os contornos podem nos ajudar a chegar mais prontos, para mim esta é a conexão. e o tamanho da proposta pode nos ajudar bastante a compartilhar o tema, pois, se cada um vem com um pedaço, corremos o risco de continuar solitários.
Concordo que precisamos experimentar esta forma e nos fortalecermos como grupo antes de convidar mais pessoas para os encontros... acho que temos de levar em conta a sustentabilidade do grupo... até mesmo no aspecto financeiro.
Vamos experimentar neste próximo encontro conversar mais sobre essas coisas (bem melhor ao vivo!), refletir sobre o trabalho que vamos realizar, produzir material para o blog...
Achei bem bonito o blog, ainda não o explorei, mas sinto que pode nos manter próximos!
e assim vamos (nos) aprendendo, constituindo, ofertando, nutrindo.
beijos yú".

Iniciamos ainda no período da manhã, os relatos de cada um sobre seu cotidiano como Terapeuta Ocupacional.

COTIDIANOS

Carolz- Fez um diário de campo de três dias – relato de coisas que fez na oficina como coordenadora (vitral artesanal - iluminação) e no consultório que está começando agora(Campinas).
À partir do relato surgiram perguntas:
André: o que muda quando a coordenadora é TO?
Carolz-Cada oficina é um mundo à parte – tem a cara do coordenador, o modo de lidar com a atividade – ver, perceber, avaliar, conversar com oficineiro
Mi: dependendo da formação do profissional, é preciso orientar de outra forma os coordenadores (pela experiência dela no CAPS)

PÓS-ALMOÇO
Conversamos sobre as finanças do grupo:
André propõe reformulação (usar o dinheiro já acumulado e zerar)
O grupo decide mudar só no próximo ano
Continuam os relatos a respeito do cotidiano de cada um

Mi- Fez um esquema com o cronograma das suas atividades, e a partir dele se deu conta da dimensão do que faz : muita coisa
-ASM Cordeirópolis 20 horas
-CAPS III Integração (Campinas) 30 horas
São dois serviços com características muito distintas – população e processo de trabalho
Perguntas:
André: você se sente duas TOs diferentes? são duas terapias ocupacionais diferentes? porque o setting muda...
Mi: São jeitos de estar diferentes. Gosta da diversidade das ações – do quadradinho ao aberto. Da constante inovação. Negativo: esgotamento físico e mental, perde a qualidade.
Helen: ficou com vontade de escrever sobre COTIDIANO E TERAPIA OCUPACIONAL. Cotidiano como terapeuta ocupacional.

Helen-Todo dia vai aos dois trabalhos
-Santos 30 horas na Coordenadoria de Saúde Mental (dentro do Departamento de Especialidades) – apoio técnico
Vai aonde tem demanda
Apoio para Secretaria e para as instituições
-São Vicente 30 horas no CAPSIII (plantão final de semana)
Único CAPSIII de São Vicente (tem mais dois CAPSII), única TO do serviço
É Referência
Realiza grupo de TO no CAPS III – vem pacientes do ambulatório, do hd, da internação,
Fica em crise quando conversa sobre o que faz como TO – tem vontade de fazer grupos menores, mas não consegue deixar usuários de fora
Ela depois de ouvir os relatos e fazer o seu, ficou com vontade de ler sobre trabalho – como a gente se alimenta / o trabalho como algo que nos constitui. Sugeriu o livrinho do André e o texto do Fernando como referências de leitura

André- Contou como foi seu processo de escrita:
-Fez escritos no blog com a proposta de aproximar cotidiano e TO.
-Comentou que o texto da Marisa Takatori – A TO no processo de reabilitação: a construção do cotidiano-Tem conceitos interessantes e trás narrativas diárias – tem a ver com relato da Carolz
-Perguntou o que a Iara quis dizer com a proposta: uma reapresentação – quem é cada um?
-Motivação e produção de sentido

PROPOSTAS PARA O PRÓXIMO – 07/11/09 às 10h30
-Continuar com o cotidiano - textos Marisa e Fernando
-Yú ficou de mandar o texto do Fernando por e-mail antes do próximo encontro
-Quem já falou escreve alguma coisa – proposta de estudo para o grupo
-Apresentações André, Bá, Yú, Iara, Karol
-Discutir questões para o próximo ano